ENTREVISTA A SÍLVIA OLIVEIRA

Esta é uma entrevista feita pela Flávia Pacheco há 4 anos atrás a Sílvia Oliveira sobre o seu percurso no Reiki.

“O mundo somos nós. Nós fazemos que este mundo seja como é.”

Sílvia Oliveira, 46 anos, natural de Famalicão. É mestre e terapeuta de Reiki, é fundadora do CENIF e faz parte da Associação Portuguesa de Reiki. É uma pessoa dinâmica, que luta pelos seus objetivos e muda a vida de muitas pessoas através do Reiki.

Flávia Pacheco (FP): Com tanta ligação ao reiki, hoje consegues ver-te a viver sem ele?

Sílvia Oliveira (SO): Consigo viver sem respirar? Não! Pois tal como a respiração, o reiki faz parte de mim, faz parte de todos nós.

FP: Como é que o reiki entrou na tua vida?

SO: Desde bem pequena que sempre senti que me faltava alguma coisa. Sempre fui diferente dos meus irmãos. Sempre tive muita curiosidade e vontade de conhecer coisas novas.

Tive uma fase da minha vida, menos boa e como nada é por acaso, ouvi alguém falar de Reiki. Alguém que não sabia o que era. Mas o nome ficou no ouvido e passado uns dias fui procurar na internet. Há alguns anos atrás, não era fácil ouvir falar de Reiki, muito menos encontrar alguém que o fizesse. Mas encontrei em Famalicão. Lá marquei a sessão e confesso que fui a medo. Primeiro porque era numa casa particular e depois porque não fazia a mínima ideia do que era Reiki. Lembro-me de olhar para a senhora e pensar que não tinha nenhuma verruga nem um aspeto estranho. Parecia uma pessoa demasiado normal para me ajudar em alguma coisa, mas lá fiz a sessão e voltei a repetir. Não senti absolutamente nada durante as primeiras sessões,  mas a verdade é que me ia sentindo mais calma e via as coisas de uma outra forma.
FP: Tiveste alguma objeção  intrínseca para começar esta prática?

SO: Antes pelo contrário. Logo que soube o que era a formação de Reiki decidi fazer. Foi o meu primeiro contato com o Reiki. Sentia que era alguém muito especial, que fazia algo muito bom. Na altura não tinha a consciência do que era realmente Reiki, só sabia o que era o nome e que me fascinava o calor que saia das minhas mãos.

 FP: O Reiki mudou a tua forma de ver o mundo?

SO: Completamente. O mundo somos nós. Nós fazemos que este mundo seja como é. Se eu me sinto mal, vejo o mundo muito mal. Se eu me sinto bem, vejo o mundo bonito e tudo tem sentido!

FP: Como era a Sílvia antes e após o Reiki? 

SO: A Sílvia antes do Reiki era só a sonhadora e a Sílvia após Reiki é a sonhadora que concretiza os seus sonhos. É a Sílvia sem medo de seguir em frente e com a certeza que veio a este mundo para viver, quando falo em viver, não me refiro só a estar vivo. Viver é todos dias, é fazer o que nos faz feliz e proporcionar felicidade aos outros. Viver passou a ser uma grande aventura cheia de desafios maravilhosos, e quem me conhece sabe que adoro um bom desafio.

FP: Então o que é o Reiki para ti?

SO: O Reiki para mim é tudo isto, é vida! O fundador foi Mikao Usui, um Japonês que nos deixou uma frase que faz parte da minha vida como praticante de Reiki: “Reiki é a arte secreta que convida a felicidade!”. Entra na minha vida enquanto filosofia através de 5 princípios, com os quais medito diariamente e me dão a força e a coragem necessárias para ultrapassar as questões mais difíceis. São os seguintes: Só por hoje,

  • Sou calma
  • Confio,
  • Sou grata,
  • Trabalho honestamente,
  • Sou bondosa.

FP: Com tanta vivência de Reiki, como a tua família lida com esta envolvência? É fácil para ti estar presente de igual forma em ambos os lados? 

SO: Não é difícil porque a família mais próxima também participa nos projetos em que me envolvo. Eu sou muito feliz com o que faço e essa felicidade contagia todos os que me rodeiam.

FP: Que conselhos daria a uma pessoa que estivesse em dúvida para seguir esta filosofia de vida?

SO: A vida é para ser vivida com calma e alegria interior!. No meio da grande confusão que é o mundo onde vivemos atualmente, temos que procurar algo que nos ensine a parar e a olhar para dentro para perceber quem realmente somos. Reiki é uma filosofia de vida que nos ajuda a mudar, e ao mesmo tempo também uma terapia que nos ajuda a cuidar de nós a nível físico, emocional,  mental e espiritual.

FP: No ponto de vista de terapeuta de Reiki, como identifica a recetividade da sociedade para este tema?

SO: Naturalmente. Primeiro temos que explicar em que consiste e como funciona. Ouço muitas vezes pessoas a dizerem que na cidade onde vivem não aceitam muito bem o Reiki. Que veem Reiki como uma pratica mais virada para o espiritismo. Se assim veem é por pura ignorância. É porque ainda ninguém os esclareceu sobre esta prática. Reiki não  tem absolutamente nada a ver com espiritismo. É algo tão simples e que todos podem praticar para benefício próprio. Basta aprender como canalizar uma energia, que está aqui para todos, e aprender a usar e também, todos os dias parar, fechar os olhos e meditar sobre os 5 princípios. É todos os dias aprender a sermos pessoas melhores.
FP: Quais são os principais motivos para as pessoas procurarem o Reiki?

SO: Tantos! A ansiedade, a depressão, uma doença física, falta de força, para engravidar. Mas as depressões e o cancro são sem dúvida as patologias que mais surgem.
FP: Qual a relação entre o Reiki e o​ voluntariado?

SO: Todo o praticante de Reiki deveria fazer voluntariado. O dar a nós próprios é muito importante, mas o dar aos outros também. Muitas vezes só percebemos que o nosso mal é muito pequeno, quando nos defrontamos com o mal dos outros. O nosso é o nosso e tem que ser resolvido, mas é muito bom poder contribuir para ajudar o outro. Enche o coração!

 FP: Achas que as pessoas estão cansadas da medicina convencional e por isso recorrem cada vez mais a outras terapias alternativas/ complementares, como o Reiki?

SO: Não estão cansadas, mas acredito que finalmente percebem que temos que complementar a medicina convencional, pois por si só não chega. As pessoas vivem cheias de drogas e mais drogas, que muitas vezes podiam ser evitadas se recorressem a uma terapia complementar como o Reiki. Já muitos médicos sugerem aos seus pacientes para fazerem Reiki para complementar os tratamentos. Os próprios médicos e enfermeiros já fazem as formações em Reiki e já começam a aplicar aos seus pacientes.

FP: Tens algum caso de algum paciente, que receba Reiki, que o médico verifique os resultados e assuma que o Reiki tem uma grande responsabilidade no tratamento da pessoa em questão?

SO: Existem já muitos casos em que os médicos reconhecem a terapia Reiki como sendo muito eficaz quando usada juntamente com a medicina. Temos alguns doentes oncológicos, que perante os resultados positivos que têm, os médicos pedem para não parar de fazer Reiki.

FP: Apesar de já haver voluntariado e sessões de esclarecimento nos hospitais quanto ao Reiki e aos seus benefícios na vida de doentes oncológicos, esta informação não chega a todos. Como é que a medicina convencional acolhe esta prática?

SO: Não podemos ver na medicina convencional, mas sim os médicos da medicina convencional. Uns informam-se, percebem o que é esta prática e recomendam. Outros não percebem e não recomendam, outros ainda nem se dão ao trabalho de procura a informação. Temos o hospital de S. João no Porto que já tem Reiki disponível para doentes com linfomas (cancro). Basta os pacientes pedirem e tem dentro do próprio hospital terapeutas competentes para o fazerem. Temos o Hospital do Fundão com consultas de Reiki. E muitos outros hospitais e centros de saúde com a terapia Reiki. Mas temos que ir com calma, porque somos ocidentais e temos uma forma de pensar muito diferente dos Orientais. Vemos muito a nossa parte física e esquecemos a energética e a espiritual.
FP: É de conhecimento que ajudas doentes oncológicos. Como vês os benefícios do Reiki neste tipo de pessoas? 

SO: É muito bom. Quando uma pessoa descobre que tem cancro, pensa logo que vai morrer. Grande parte das vezes não sabe onde pode ir buscar forças para enfrentar essa doença que destrói corpo e alma. O Reiki desperta essa força e ajuda a pessoa a lidar com a doença de uma forma diferente. A cura pode ter diversas formas.

 FP: O que é a Associação Portuguesa de Reiki?

SO: A Associação Portuguesa de Reiki é uma associação sem fins lucrativos que visa o esclarecimento sobre Reiki e o apoio a praticantes, mestres e terapeutas de Reiki. Em paralelo, desenvolve uma forte ação social na forma de voluntariado em formação e terapia complementar

FP: Qual é o teu envolvimento na mesma?

SO: Comecei pelos órgãos sociais e como representante da associação, primeiro pelo núcleo de Famalicão e agora por Guimarães. Fui formadora e voluntária através da associação. Esta tem um papel muito forte na minha vida, porque pela sua isenção e seriedade posso levar o Reiki a qualquer lado.

FP: Sendo o CENIF o local onde exerce funções como mestre/terapeuta de Reiki e também uma escola recomendada pela associação portuguesa de Reiki, poderia nos explicar o que é?

SO: O CENIF é só o início de um sonho! Funcionamos como escola, como clinica e como um centro onde fazemos investigação dos benefícios da aplicação de Reiki. Quando eu e o João fundamos o CENIF, procuramos levar a formação em Reiki de uma forma contínua. Não fazia, nem faz sentido uma formação de um dia, mas sim de 6 meses. Inicialmente existiam pessoas que não percebiam como podíamos fazer uma formação de Reiki em 6 meses, mas o contrário é que não faz sentido algum. Reiki precisa de prática, de empenho e de muito acompanhamento. A verdade é que após 3 anos, o CENIF cresceu imenso e temos já muitas escolas a seguir o nosso modelo de formação, porque é sem dúvida muito eficaz.

FP: Que projetos abraça na sociedade?

SO: Tantos! Comecei com as universidades seniores, continuei com lares, escolas e muitos outros. Desde o início que estou com a Cercigui e a Fraterna.

FP: És a criadora do Super Reikinho, em que consiste este projeto?

SO: Super Reikinho é um grande Super Herói que vai mostrar às crianças o que é Reiki e o que pode fazer por elas. Escrever um livro e idealizar um boneco que represente a energia Reiki aos olhos de uma criança foi sem dúvida um projeto que me deu muita alegria. O Super Reikinho leva o Reiki a escolas, a crianças doentes e que precisam de ajuda e também a todos os pais e professores. Aprender a brincar!
FP: O que é preciso para ser praticante de Reiki?

SO: Primeiro tem que se fazer um curso e depois tem que se praticar Reiki. Praticar em si e se depois houver vontade para tal, praticar em outras pessoas.  Reiki primeiro é só para nós!

FP: Afirmas que “Cada um de nós é o rosto do Reiki! A forma como tu o vês e levas aos outros é a forma como eles o veem!” que tipo de Reiki revela o rosto de Sílvia Oliveira?  

SO: Há uns tempos atrás, uma criança de 10 anos foi fazer Reiki porque estava com uma questão séria e que não conseguia desabafar verdadeiramente com ninguém. Mal começamos a conversar ela contou tudo. Eu própria fiquei surpreendida e perguntei-lhe porque me tinha contado tudo, se não me conhecia de lado nenhum, ela simplesmente respondeu: ” Porque tem uma cara de confiança!”

 

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